A
Epidermólise Bolhosa é um conjunto de doenças bolhosas de
caráter hereditário que se caracterizam por uma fragilidade cutânea com
formação de bolhas aos mínimos traumatismos. Todas têm em comum bolhas
de conteúdo claro ou sanguinolento localizadas na pele e/ou em mucosas.
As
primeiras manifestações surgem ao nascimento ou logo após, em áreas de
pressão ou trauma: mãos, pés, joelhos, cotovelos, coxas. As lesões podem
também ter secreções e sangue. As unhas podem estar ausentes ou
espessadas e lesões mucosas orais, esofágicas e anais podem existir.
Lesões esofágicas podem resultar em estreitamentos. Lesões de couro
cabeludo e alterações dentárias são observadas. Anemia e desnutrição
podem ocorrer secundárias aos problemas de alimentação, que muitas vezes
se desenvolvem nestes pacientes, além das perdas pela pele.
Medidas
gerais de proteção aos traumas cutâneos e curativos com antibióticos
(sulfadiazina de prata, ácido fusídico,
mupirocina, neomicina e outros) são necessários. Os cuidados
especiais com os dentes envolvem o uso de escovas muito macias e de
dispositivos que fazem a higiene bucal através de jatos de água. Em
função das lesões da mucosa oral e esofágica podem ser necessárias
dietas pastosas e complementações vitamínicas e de ferro para combate à
anemia. Obstipação intestinal é freqüente, inclusive com retenção fecal
pelas dores produzidas pelas lesões de mucosa anal. As fusões digitais
podem ser cirurgicamente tratadas, mas o risco de recidivas é grande,
devendo ser mantido curativos separando os dedos para evitar sinéquias.
Embora
as lesões possam perpetuar-se, algumas formas tendem a melhorar na
puberdade e a complicação mais freqüente e temida que deve ser evitada é
a infecção das bolhas.
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